Cristiane Guerreiro
A redução expressiva no número de trabalhadores nas obras do BRT (Bus Rapid Transit ou, em português, Ônibus de Trânsito Rápido), na avenida da FEB, em Várzea Grande, sete meses após o início, chama a atenção da população, que critica o avanço lento das obras e já não acredita no cumprimento do prazo inicialmente dado, que seria junho de 2024. Na manhã de quartafeira (22), 30 trabalhadores, com 4 veículos, atuavam em toda a extensão da obra, que compreende 4 km desde a ponte Júlio Müller até o Aeroporto Marechal Rondon.
Para a introdução do novo modal, os trabalhadores iniciaram quebrando o asfalto e retirando o trilho do Veículo Leve Sobre Trilhos na parte central da via e, no momento, fazem a tubulação para passar a fiação de energia. Em alguns pontos da avenida foi realizado o concreto sólido nos dois lados da pista e as emendas por onde passará o BRT. A obra para implantação do BRT começou no dia 21 de abril e, a princípio, eram quase 100 trabalhadores no local.
Gerente de posto de combustível, Alisson Costa explica que há dois meses reduziu o número de trabalhadores e máquinas atuando nas obras. "Apesar dos transtornos, o trabalho estava acelerado, então, nossa expectativa era maior. Mas agora, do jeito que está, fica difícil, pois teremos mais prejuízos. Nosso movimento caiu 70%, o trânsito fica o dia todo congestionado, são longas filas e o motorista não vai entrar no posto para abastecer e ter que voltar novamente para a fila de carros". Josias Antonio, que trabalha em frente ao aeroporto, afirma que a obra está praticamente abandonada.
"Poucos estão vindo trabalhar e a grande maioria fica sentada em baixo da tenda montada. A última vez que eu vi, estavam realizando serviço de topografia. Hoje, estão todos sentados, não vi ninguém trabalhando". Comerciante Osmano Ferreira critica a forma como está sendo conduzida a obra do BRT.
"Estão fazendo "picado". Nesse trecho, logo após a ponte Júlio Müller, estão mais atrasados os serviços, ainda não foi feito o concreto central para passar o BRT. Tem trechos que realizaram de um lado e, em outros, nos dois. Ideal seria começar e seguir até o fim para concluir um dos lados e depois fazer o outro, mas agora, com a diminuição dos trabalhadores, não sei quando vai fazer nesse trecho. Enquanto o serviço não avança, tenho que fazer 4 voltas para conseguir descarregar todo o material, pois o fluxo de veículos é intenso".
Consórcio afirma que não existem atrasos
Consórcio BRT, por meio da assessoria de imprensa, afirmou que as obras avançam dentro do cronograma previsto. Ressalta que os trabalhos começaram em janeiro deste ano e, no trecho da avenida da FEB, estão com a pavimentação rígida concluída.
"São aproximadamente 10 km entre ida e volta. Começará, agora, a pavimentação "flexível", que é por onde passam os carros. Mais de 100 operários estão trabalhando na obra, entre diretos e indiretos, além de 25 equipamentos mobilizados", afirma.
Na nota, o consórcio ressalta que toda o BRT terá 35 km, passando por importantes pontos, como o Aeroporto Marechal Rondon e a Universidade Federal do Mato Grosso. Enfatiza que o modal deve beneficiar cerca de 250 mil usuários do transporte público e contará com ônibus elétricos, 46 estações e três terminais, sendo um em Várzea Grande (Ter minal André Maggi) e outros dois em Cuiabá, nos bairros Morada da Serra e Parque Ohara.
A Sinfra, por meio da assessoria de imprensa, se limitou a informou que o custo da obra é de R$ 468.031.500,00. Afirmou que não tinha informações sobre o cronograma para repassar na tarde de ontem.
Fonte: GAZETA DIGITAL