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"Quem estava expondo os deputados era ele", diz Lúdio sobre postura de Botelho

Por Vinicius Mendes em 16/07/2024 às 11:30:12

Lúdio Cabral (PT) afirmou que foi o deputado estadual Eduardo Botelho (União) quem expôs seus colegas parlamentares ao "pressioná-los" a votar contra a urgência do projeto de lei sobre a licitação do Ônibus de Rápido Trânsito (BRT). A briga entre os dois, na semana passada, começou após uma fala de Botelho pedindo a Lúdio para não expor os colegas. Depois disso, o presidente da Assembleia Legislativa chamou o petista de "vagabundo" e lhe deu um empurrão.


O atrito começou após Lúdio ter cobrado a votação em urgência do seu projeto sobre processo licitatório para concessão do serviço de operação para o BRT, que também prevê a tarifa em R$ 1 por 5 anos. Lúdio havia obtido 11 assinaturas de deputados. Entretanto, quando o projeto foi à votação, Botelho pediu a recontagem das assinaturas e os deputados da base aliada do governador Mauro Mendes (União) pediram a retirada de suas assinaturas.

"Conversei com cada deputado, expliquei [...], 11 deputados assinaram o requerimento, protocolei o requerimento na Mesa, ele tinha uma via só, e na hora da votação o requerimento sumiu, era o Wilson Santos quem estava presidindo a sessão, suspendeu a sessão, aí eu fiquei 'como pode uma coisa dessas? Nunca aconteceu de um requerimento sumir'. Quando a sessão foi reaberta, aí o requerimento apareceu e quando começou a ser votado foi que eu vi que os mesmos deputados que haviam assinado o requerimento estavam votando contra a assinatura deles", explicou o petista em entrevista na manhã de sexta-feira (12).

Em um vídeo compartilhado por Lúdio é possível ver o momento em que ele se aproxima de Botelho. O presidente da AL diz a ele: "por que você vai fazer isso? Vai expor os colegas" e Lúdio responde "não vou expor ninguém Botelho. Você tem que ter compostura". Ele continua dizendo a Botelho para ter compostura até que o presidente diz "você tem que largar de ser vagabundo".

O petista então continua falando que Botelho tem que ter compostura porque é presidente da Assembleia e em resposta o deputado diz "presidente você respeita seu vagabundo! Você respeita aqui! Sai daqui, seu vagabundo!" e então empurra Lúdio. Antes do fim da discussão, Botelho ainda diz "quer fazer demagogia aqui, seu palhaço".

Lúdio explicou que foi até a Mesa para tirar uma foto do requerimento, já que existia apenas uma via.


"Aí o presidente vem com essa de que eu estou expondo os colegas deputados, nunca expus colega nenhum, sempre tratei todos com todo o respeito, quem estava expondo os deputados era ele ao pressionar para que os deputados retirassem a assinatura do requerimento, e o resultado da votação mostrou isso, eram 11 assinaturas e tinham 14 deputados em plenário então ele seria aprovado naturalmente por 11 a 3, no final das contas ficou só o meu voto".

O deputado também disse que ainda não teve a oportunidade de conversar com Botelho porque "ele está fugindo desde, infelizmente, o episódio vergonhoso de truculência e desequilíbrio emocional". Lembrou que já tiveram outros conflitos no parlamento, mas nada como este caso.

Sobre as alegações de que teria premeditado o episódio, Lúdio explicou que sempre anda microfonado enquanto trabalha, para prestar contas de seus atos, e apontou que não seria possível premeditar a postura de Botelho.

"Ainda bem que eu estava com microfone, para que a população tenha hoje a oportunidade de ouvir tudo o que aconteceu no plenário naquele dia, as pessoas só precisam ouvir [...], porque se não tivesse o áudio, eles talvez tivessem construindo versões falsas para o que teria acontecido e uma dessas versões é essa de dizer que 'ah o Lúdio premeditou', ah por favor! É possível premeditar um ato de desequilíbrio, de descontrole emocional de um outro parlamentar? É impossível premeditar isso".

O petista avaliou que o presidente da AL se comportou daquela forma porque o projeto de lei afetaria os negócios da família Botelho, já que, de acordo com um aditivo do contrato, a empresa do irmão do deputado do União Brasil ficaria com a exploração do BRT até 2037, sem necessidade de licitação. Logo após esta polêmica o Governo de Mato Grosso anunciou que haverá licitação para a escolha da empresa que irá operar o BRT.

Fonte: Gazeta Digital

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