Presidente municipal do MDB Francisco Faiad declarou que tanto ele quanto correligionários do partido foram pegos de surpresa com a atitude do governador Mauro Mendes em exoneração o então secretário estadual de Agricultura Familiar (Seaf) Luluca Ribeiro (MDB) e outros 4 adjuntos e assessores. Ele disse que não entendeu a motivação política do ato. A decisão foi publicada em edição extra do Diário Oficial no fim da tarde de terça-feira (23).
Faiad expressou dúvidas e mencionou que não entendeu a motivação política por trás da mudança repentina na equipe, o que, em sua visão, faz com que a decisão de Mendes abra margem para muitas especulações.
"Até agora não entendemos a motivação política desse fato e aí surgem hipóteses que começam a ser estudadas internamente no partido. Uma retaliação a candidatura da deputada Janaína a primeira secretaria da Assembleia? Uma retaliação ao MDB por lançar candidatura própria em Cuiabá? Retaliação pela entrevista concedida do José Riva?", questionou durante entrevista ao Jornal da Cultura.
Apesar de reconhecer que o governador possui liberdade para alterar o quadro de servidores que ocupam cargos de confiança, Faiad argumentou que não houve conversa prévia com o partido, nem com Carlos Bezerra ou a bancada estadual, nem mesmo um chamamento das lideranças estaduais do MDB para comunicar a ação, o que gera dúvidas quanto as motivações reais.
Ainda na terça-feira (23), por meio de nota à imprensa publicada pela Secretaria de Comunicação, a justificativa dada foi de que "a troca tem como objetivo fazer uma correção de gestão". Em paralelo, a Controladoria-Geral do Estado (CGE) abriu processo de investigação sobre possíveis irregularidades e problemas na Secretaria de Agricultura Familiar (Seaf) na gestão de Luluca pela utilização de emendas parlamentares.
Faiad assegurou que Luluca e adjuntos não conhecem absolutamente nada da alegação da CGE e estranhou que viu em alguns órgãos a informação de que haveria uma operação policial por conta de ações praticadas no âmbito da secretaria.
"É engraçado que operações policiais acontecem sem aviso prévio, geralmente, e nesse caso houve essa divulgação. Agora pairam dúvidas sobre contratos da secretaria de saúde do estado, que já foram alvo de ação penal tramitando na 7ª Vara Criminal de Cuiabá e nem por isso o secretário Gilberto foi afastado pelo governador Mauro Mendes. Houve inclusive denúncias de uma adjunta que estaria envolvida em alguns atos ilícitos e isso foi publicado pela imprensa e não houve ação do governo contra isso".
Para o presidente do MDB, faltou ao governo uma reunião com os dirigentes do partido para justificar a ação. "Por absurdo que possa parecer, o próprio Luluca disse que tomou conhecimento da sua exoneração pela imprensa, isso demonstra uma relação pessoal e política muito ruim do governador com o MDB".
Fonte: Gazeta Digital