O deputado estadual Eduardo Botelho (União) revelou que não cometerá os erros dos prefeitos que geriram a Capital de Mato Grosso ao serem oposição ao governador. De Dante de Oliveira a Emanuel Pinheiro, todos os chefes do Alencastro em algum momento encamparam a oposição aos seus governadores. As posições segundo avaliação de Botelho trouxeram dificuldades para administração pública de Cuiabá.
Por conta disso, ao ser questionado pela Gazeta se mesmo numa transferência ao PSD - partido do ministro da Agricultura, Carlos Fávaro e opositor a Mauro Mendes (União) - ele se manteria na base do governador. "Certamente que continuarei na base. Não tenho interesse nenhum em sair da base. Muito menos virar adversário do Governador, mesmo porque eu vou precisar dele. Por exemplo, fazer um grande trabalho por Cuiabá", comentou.
Botelho explicou que não fará como os gestores do passado e que tentará romper o ciclo de prefeitos opositores aos governadores. "Nós vamos precisar do governo do Estado, do governo Federal, dos deputados estaduais, de deputados federais, de senadores, para nós fazermos um bom trabalho por Cuiabá", concluiu.
Rememorando a história, naquela primeira eleição direta para prefeito, pós-regime militar, o MDB lançou para prefeito o então deputado Dante, o homem das Diretas Já, tendo como vice o coronel Torquato. O prefeito nomeado na época era Anildo Lima Barros.
Então governador, Júlio apoiou o ex-reitor da UFMT e secretário estadual de Saúde Gabriel Novis Neves (PDS). O vice era o poeta Silva Freire (PDT), formando uma coligação sui generis que, pela primeira vez, juntou no mesmo palanque lideranças nacionais como Roberto Campos e Leonel Brizola.
Dante, que fazia ataques ao governo Júlio, acusando-o de usar dinheiro público na campanha de seu candidato, conduziu uma passeata, a cavalo, pelo centro da Capital e, ao passar em frente à residência oficial do governador, na rua Barão de Melgaço, alguém jogou ali um cacho de banana verde. Seria um provocação a Júlio, que estava despachando no palácio Paiaguás.
E na história recente, Emanuel Pinheiro (MDB) teve ao longo de seus dois mandatos uma forte oposição ao governo Mauro Mendes (União). Oposição tão acirrada que levou até à intervenção na Secretaria Municipal de Saúde (SMS), que já dura quase um ano.
Fonte: GAZETA DIGITAL