Renato Cardoso Lima Scheffer, filho do mega produtor do agronegócio Eraí Maggi Scheffer, entrou com uma ação contra o próprio pai em uma disputa antecipada por herança. Detalhes do processo foi exposto na coluna de Guilherme Amado, no portal Metrópoles.
Considerado um dos barões do agronegócio, Eraí reconheceu a paternidade de Renato em outubro de 2020, após um teste de DNA comprovar o laço familiar. Contudo, em dezembro do ano passado, o rapaz decidiu acionar a Justiça por desconfiar que o pai estaria antecipando em vida a herança para os três filhos que teve com a esposa, Marilene Trento Scheffer.
A ação cobra uma perícia contábil, econômica e financeira para expor a evolução patrimonial de Eraí e dos outros requeridos. Se for autorizada, a produção de provas solicitada pelos advogados de Renato fará uma devassa na contabilidade dos últimos 35 anos do Grupo Bom Futuro, conglomerado empresarial que Eraí fundou com os irmãos Fernando e Elusmar Maggi Scheffer para administrar o cultivo de quase 600 mil hectares de soja e algodão e a criação de 130 mil cabeças de gado. A empresa de Erai tem capital social avaliado em R$ 1,5 bilhão.
No processo, Renato conta que Eraí sempre soube que o caso extraconjugal com uma de suas cozinheiras tinha resultado no nascimento de um filho. A relação ocorreu em 1989, quando Eraí tinha 30 anos e a mãe de Renato estava com 18.
Eraí, por sua vez, nega que tenha cometido qualquer irregularidade.
Outro lado
Para a coluna do Guilherme Amado, o empresário disse que assumiu o filho assim que teria sido informado sobre a sua existência, o que teria ocorrido quando Renato tinha 11 anos, e que até hoje oferta todas as condições para que ele tenha uma vida confortável. "O Renato está de boa. Ele tem plano de saúde, plano de tudo quanto é coisa. Toda a vida foi assistido. Ele já tinha seu salário antes de sair o DNA. A [minha] relação é 100% [com ele]. Ele tem a vida dele lá, eu tenho a minha", afirmou.
O agropecuarista declarou que Renato só pediu para ter a paternidade reconhecida formalmente em 2020. "Quando ele pediu, eu dei. Por que ele não pediu antes? Porque a vida toda estava bem assistido. Sempre tive pessoas que cuidaram 100% dele. Todos os exames médicos, eu quis mandá-lo para estudar em São Paulo, mas depois ele não quis", disse.
"Com a mãe dele eu falo quase todo dia. Os advogados querem saber sobre essa questão aí. Com ele está tudo certo", afirmou Eraí. Ao ser questionado sobre os motivos que levaram ao processo, o empresário declarou que a herança de Renato está preservada e que "os advogados provocam tudo".
"O dele está preservado. Metade é da minha esposa e a outra metade é dos meus filhos. Meus outros filhos têm negócios, são empresários. São eles que tocam a empresa", disse. Sobre a cessão de cotas da holding EMK2A aos filhos, Eraí afirmou que "tudo está sendo feito dentro da lei, nada fora".
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