Ana Júlia Pereira
Após investigações apontarem a participação do filho do governador Mauro Mendes (União), Luis Antonio Taveira Mendes, em uma organização criminosa que atuava no comércio ilegal de mercúrio, o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MBD), não perdeu a oportunidade de alfinetar o adversário. De família de políticos, Pinheiro frisou que não tem grande patrimônio e que vive da renda exclusiva do cargo de servidor público.
Em entrevista ao portal Veja Bem Mato Grosso, da última sexta-feira (10), o prefeito de Cuiabá cutucou o governador de Mendes e disse que "não possui fazenda, empresa ou garimpo em seu nome".
"Eu nunca respondi a um processo ou condenação. Eu já ocupei vários cargos durante minha vida pública, sou filho de político, tenho filho político, e não tenho uma fazenda, uma chácara, não tenho um sítio, não planto nada. Não tenho empresa, nem comércio, não tenho mineradora ou garimpo, não tenho nada. Eu vivo do meu salário, sou servidor público, sou prefeito da Capital e vivo exclusivamente da minha renda", declarou.
Governador tem empresas do ramo de construção e mineração do Estado, com um patrimônio declarado na campanha de 2022 de R$ 138 milhões.
Investigações
Eleito prefeito de Cuiabá em 2016, Emanuel já foi deputado estadual e vereador. Desde então, ele já se envolveu em diversas investigações, sendo a mais conhecida como o episódio do "paletó".
Citado na delação do ex-governador Silval Barbosa, ele foi acusado de receber mesadinha para aprovar os projetos do Executivo na Assembleia Legislativa.
Em 2021, Emanuel foi citado em uma denúncia feita pela ex-secretária de Saúde de Cuiabá, Elizeth Lúcia Araújo, de que o município pagava por um medicamento e pedia para a empresa entregar outro. Ela também revelou um boicote dentro da secretaria por tentar cortar o esquema ilegal.
Já em outubro do mesmo ano, o prefeito foi afastado do cargo por um mês, após investigações apontarem participação em uma suposta organização criminosa voltada para contratações irregulares de servidores temporários na Secretaria Municipal de Saúde, que, em sua maioria, teria sido realizada para atender interesses políticos do chefe do Poder Executivo.
Já em 2022, Emanuel foi investigado pelo Ministério Público Eleitoral (MPE), por suposta contratação de servidores para beneficiar a campanha do filho Emanuel Pinheiro da Silva Primo, o Emanuelzinho (PTB), a deputado federal, na eleição de 2018.
Em 2023, o Ministério Público Estadual (MPE) abriu uma investigação contra Emanuel Pinheiro, para apurar suposto ato de improbidade administrativa por conta do não repasse à União de R$ 165 milhões em verbas como FGTS e INSS.
Fonte: GAZETA DIGITAL