A Delegacia Especializada de Combate à Corrupção (Deccor) pediu o indiciamento da ex-secretária de Saúde de Cuiabá Ozenira Félix, do ex-procurador do Município, Marcus Brito, e do ex-chefe de gabinete do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), Antônio Moreal Neto, pelos crimes de organização criminosa e peculato. Eles são acusados de participarem de um esquema que falsificava decisões judiciais que obrigavam a prefeitura, por meio da Secretaria de Saúde, a pagar por serviços não prestados. Pelo menos R$ 652 mil foram roubados dos cofres públicos.
O delegado José Ricardo Garcia encaminhou o relatório final do inquérito policial para o Núcleo de Competências de Ações Originárias (Naco) investigar eventual participação de Emanuel Pinheiro no caso.
De acordo com as investigações, os valores eram desviados para contas bancárias do casal Cesar Zamirato da Silva e Tânia Regina Dias Leite, que foram "alugadas" por R$ 5 mil cada uma. Eles também devem ser indiciados por peculato (desvio de dinheiro).
Na conta de Tânia foram movimentados R$ 397.452,50 e nas de Zamirato, R$ 255.541.44,00, entre 2021 e 2022. "No decorrer da análise, a equipe de investigação averiguou que, após osvalores serem depositados nas respectivas contas, foram realizadas uma série detransações bancárias, dentre elas: transferências via pix, pagamentos de boletosparticulares, transações comerciais, saques, dentre outras". diz trecho do documento.
Além dos nomes já citados, também foram indiciados por peculato o marido de Ozenira, Paulo Fernando Garutti,e o irmão dela, José Edson Feliz Soares.
A lista ainda conta com a servidora licenciada da Secretaria Estadual de Saúde Dal Isa Sguarezi e seu marido, Joelson Bendito de Araújo; e o servidor público municipal Gilson Guimarães de Souza, além de Adailton Sá de Souza Costa.
Só se livrou do indiciamento a prima do prefeito, Miriam de Fátima Naschenveng Pinheiro, em virtude do seu falecimento por covi-19 em 2021. Ela é apontada como suposta idealizadora da "empreitada criminosa".
Ainda de acordo com o relatório, Sguarezi foi quem convenceu Tânia e Cesar a alugarem as contas, assegurando que não havia irregularidade com o dinheiro que receberiam. Ela ficava com os cartões dos dois e fazia as transferências e saques em favor dos envolvidos no esquema.
Outro lado
A reportagem entrou em contato com a Prefeitura de Cuiabá e não obteve retorno.
Fonte: GAZETA DIGITAL