Único senador de Mato Grosso a votar contra o projeto de reforma tributária do Governo Federal no Senado, o senador Wellington Fagundes (PL), fez duras críticas ao texto. Segundo o senador liberal, o texto aprovado no Senado beneficia o sistema financeiro. "Não dá para aceitar aumento da carga tributária no Brasil. A reforma é importante para simplificar, mas do jeito como foi, não tem um parlamentar que tenha condições de dizer o que estava votando", disse o senador à imprensa.
Segundo Wellington Fagundes, agora o "texto vai para a Câmara e isso é feito muito na pressa e na pressão do governo. O governo já admitiu 28% [valor da alíquota], mas pode chegar a 32%. Isso pode gerar mais sonegação", afirmou o senador mato-grossense.
Conforme Fagundes, a reforma tributária beneficia as grandes corporações em detrimento do trabalhador. "Quem acaba levando vantagem não é o trabalhador e o pequeno e micro empresário, mas as grandes corporações, principalmente com uma reforma tributária que foi feita, ao nosso ver, lá na Faria Lima, para atender o sistema financeiro e as grandes corporações", disse.
Wellington Fagundes, ao contrário do senador Jaime Campos (União), e da senadora Margareth Buzzeti (PSD), favoráveis ao projeto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), espera que agora o texto seja corrigido na Câmara Federal. Segundo ele, isso é fundamental para corrigir equívocos na regulamentação da reforma que terá três etapas de transição, com previsão de migração completa em apenas 50 anos.
O texto recebeu no Senado 777 emendas, mas apenas 247 foram acatadas. Das emendas acatadas, três foram apresentadas por senadores mato-grossenses, a fim de reduzir os impactos da medida para o Estado.
O DOCUMENTO